Advocacia e Informática - Revendo Conceitos no Início do Terceiro Milenio
Autor | Elídia Tridapalli. |
Cargo | Advogada militante em Itajaí, SC, Brasil, e mestranda em Direito da UNIVALI-Universidade do Vale do Itajaí. |
1-INTRODUÇÃO.
Ultrapassada a primeira década do lançamento dos micro computadores no Brasil, os profissionais do direito não questionam mais sobre a utilidade desta importante ferramenta de trabalho no cotidiano das atividades inerentes a profissão. No inicio do terceiro milênio, a indagação mais comum é a utilização do computador dentro de seu propósito principal: o aproveitamento de tempo nas tarefas cotidianas, aliado a melhor qualidade de apresentação dos trabalhos, bem como a diminuição das distâncias na busca do aprimoramento profissional.
Entendem a maioria dos profissionais que o maior problema encontrado atualmente não é de ordem técnica (escolha de equipamentos ou programas) e sim da carência de capacitação de pessoal que vai operar o sistema, objetivando tirar o maior proveito da máquina, necessitando de pessoal capacitado, e principalmente motivado a tratar a informação automatizada de forma correta.
2-ORGANIZAÇÃO PRÉVIA DO ESPAÇO ON-LINE
Não se concebe que o sucesso da informatização seja concretizada com a compra do mais sofisticado lançamento de computador. O mais importante sem dúvida, é realizar uma etapa precedente: a documentação jurídica. Isto importa na seleção do material que deve ser lançado no computador, criação de diretórios com nomes de fácil memorização, visando a localização rápida dos textos armazenados, e padronização da nomenclatura na criação dos trabalhos.
Neste raciocínio, vale lembrar que o advogado passa 70% do seu tempo a frente do computador editando e armazenando textos. Daí a necessidade de organização prévia dos locais de guarda da informação no computador. A exemplo do critério de pastas que existia nos antigos arquivos de aço. Esta organização prévia impedirá a interminável busca de um texto já criado a algum tempo, assemelhando-se a busca de uma agulha no palheiro.
Passada a etapa de estabelecimento de convenções para o tratamento da informação, estas regras deverão ser adotadas, ou melhor, impostas, a todos os componentes do escritório, visando uma memorização fotográfica dos locais onde será possível encontrar rapidamente o texto desejado.
A grande maioria dos advogados utilizam ainda muito pouco o seu computador para ganhar tempo em tarefas repetitivas, além da digitação de textos. Cabe aos profissionais que dedicam-se exclusivamente a advocacia adequa-lo na agilidade como poderoso aliado. Nestas situações, o computador tem levado os advogados a reavaliar conceitos até então inimagináveis. Nos últimos anos, a informática jurídica no Brasil, deu um salto muito maior do que todo o avanço verificado na última década. Estas mudanças alteraram decisivamente os padrões de espaço, tempo e distância.
3- O NOVO CONCEITO DE ESPAÇO NO ESCRITÓRIO DEPOIS DO CD-ROM
O tamanho dos escritórios de advocacia tem diminuído bastante recentemente, em razão do seu alto custo, dificultando a guarda de coleções numerosas de jurisprudência e legislação. Esta falta de espaço, entretanto, foi compensada pelos diversos lançamentos em CD-ROM, que vem substituindo gradativamente as grandes e empoeiradas coleções. A cada semestre, os lançamentos tem se multiplicado, aumentando o catálogo de legislação, jurisprudência e códigos comentados.
É despiciendo comentar que o espaço de seis metros quadrados ocupado pelo computador, eqüivale hoje ao espaço destinado a diversas coleções com dezenas de volumes, que estariam arquivadas em grandes salas, cujo espaço torna-se muito caro para a maioria dos advogados. Esta nova dimensão de espaço é explicada pela capacidade de armazenamento de dados de um CD-ROM, equivalente a 500.000 páginas impressas.
A segurança quanto a pesquisa da legislação vigente, a pesquisa de dissídio jurisprudencial, somado a cópia dos textos pesquisados para a petição que está sendo elaborada, são...
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